Ressincronizador Cardíaco
O coração também aprecia a harmonia


No que difere de um marcapasso?
O marcapasso (MP) convencional estimula o ventrículo direito, mas isso pode gerar uma condução elétrica mais lenta e uma contração cardíaca descoordenada. Em 10 a 20% dos pacientes, essa alteração leva à dilatação do coração, resultando em insuficiência cardíaca. Para esses casos, a solução é adicionar um segundo eletrodo no ventrículo esquerdo, permitindo que ambos os lados do coração se contraiam de maneira sincronizada. Na grande maioria dos pacientes, essa abordagem corrige o problema e pode reverter o dano cardíaco.
Além dos pacientes que já usam MP, há aqueles que apresentam batimentos cardíacos descoordenados devido a um bloqueio de ramo esquerdo. O coração possui dois ramos de condução elétrica, e quando o esquerdo está bloqueado, a ativação do ventrículo esquerdo ocorre de forma anômala, podendo levar à dilatação cardíaca. Assim como no caso anterior, o implante de um eletrodo adicional no ventrículo esquerdo pode corrigir essa condição e, em muitos casos, restaurar completamente o tamanho e a função do coração.
O procedimento é semelhante ao implante de um MP convencional, mas com uma etapa adicional: a introdução do eletrodo no seio coronário, uma veia dentro do coração, para alcançar o ventrículo esquerdo. Embora a técnica pareça simples, o implante do ressincronizador é significativamente mais complexo do que o de um MP comum.
O ressincronizador pode ter duas funções: atuar apenas como MP ou, em alguns casos, incluir a função de cardiodesfibrilador implantável (CDI), que trata arritmias graves. Quando possui a função de CDI, o dispositivo é um pouco maior devido à necessidade de um capacitor.

